Licenciamento: Negócio da China



Essa semana comecei a ajudar minha mãe a estruturar um curso que ela vai dar na graduação da ESPM. Um curso sobre Licenciamento, que é a especialidade dela. Minha mãe sempre trabalhou com o licensiamento de produtos de consumo, primeiro na Disney e depois na Warner Brothers aqui no Brasil. Segue a minha visão sobre o licenciamento, diferente do licenciamento de produtos de consumo, uma visão mais estratégica e ligada à inovação.



Licenciamento: negócio da China

Licenciar é a relação dada entre dois agentes, um detentor de propriedade intelectual e outro detentor de uma competência que não é o core do primeiro. Assim, uma empresa como a Warner Brothers ou a Disney licenciam seus personagens para que outras empresas possam criar produtos e serviços com os mesmos e aumentar a atratividade para ambos os negócios. Nesse caso, é uma aliança entre duas organizações que visa o benefício mútuo, uma por poder vender algo que é o seu core competence e a outra por promover sua marca e ganhar Royalties. Basicamente, o licenciamento acontece quando os custos de transação para se realizar tais ações fica exageradamente alto devido à especificidade dos ativos; assim, “terceiriza-se” a realização dessas ações com um contrato de Licenciamento.

Essa é a visão tradicional do licenciamento, cujo objetivo é aumentar a receita e a atratividade de determinadas marcas. Porém, se analisado mais a fundo, o licenciamento pode ser uma poderosa ferramenta estratégica de inovação. Muitos de nós conhecem conceitos básicos de Microeconomia, mais especificamente, da competição das decisões estratégicas racionais. Desses conceitos, pedimos para que se lembrem da teoria dos jogos: jogos sequenciais, equilíbrios de Nash e, principalmente, a competição de Stackelberg e o conceito de Stackelberg Líder.

Tratando de uma estrutura de mercado oligopolística, temos poucas empresas concorrendo e as ações de uma impactam diretamente nas ações da outra. Como exemplos disso podemos enumerar as telecoms do Brasil, diversos setores ligados à tecnologia e vários outros que se encaixam, de modo geral, nos pressupostos do modelo.

Nessa estrutura aparecem alguns conceitos diferentes para se entender a competição, tais como as curvas de reação de Bertrand quando a competição é essencialmente por preço, as matrizes de pay-off, o equilíbrio de Nash, que em síntese diz que os jogadores tomarão a decisão que maximiza o bem estar deles e do grupo, simultaneamente.

Voltando ao que foi dito acima do Stackelberg Líder, dizemos que um jogador é Stackelberg líder quando ele faz um movimento que influencia a a jogada do próximo jogador de modo que este último esteja em desevantagem por ter demorado a jogar. Um exemplo clássico disso é o das duas empresas de sucrilhos decidindo sobre produzir ou não uma linha de sucrilhos de um determinado sabor. Quem produzisse o novo sabor primeiro, ganharia mais market-share e se dificultaria a entrada da outra empresa nesse segmento, esse jogador é chamado de Stackelberg Líder.

Acontece que o modelo, pelo simples fato de ser um modelo, reduz a realidade a elementos quantificáveis e acaba excluindo alguns fatores da análise. Um deles seria a propagação e implementação da jogada do Stackelberg Líder. Imagine o mesmo exemplo do sucrilhos. A decisão tomada pelo board de diretores em produzir o novo sabor precisa passar por todas as áreas de organização até que o produto chegue, de fato ao consumidor. Um fator limitante disso é a estratégia e a eficiência dos canais de distribuição da empresa. Dessa forma, se fossemos adicionar o "tempo de implementação" no modelo de Stackelberg, teríamos um modelo mais completo, mas também muito mais complexo e difícil de modelar e interpretar. Mas talvez nem seja essa a intensão do modelo, simplificar a realidade para poder explicar outros fatores da decisão estratégica, como o fato de tomar ou não tomar a decisão.

Voltando para o Licenciamento e a estratégia, analisaremos as decisões estratégicas sob uma ótica, visão baseada em recursos. Para refrescar a memória, esse é o modelo que define uma vantagem competitiva pelas quatro perguntas acerca de um recurso: É valioso? É raro? É difícil de imitar? A organização tem capacidade para utilizar esse recurso? É vantagem competitiva sustentável todo aquele recurso que responde positivamente a essas perguntas.

Agora, considere o papel das inovações no atual ambiente de negócios. Ela está presente em quase todos, senão todos, os segmentos da economia. A inovação serve para mudar o ponto de equilíbrio do mercado e aumentar o patamar da competição entre as empresas. Nesse caso, fica evidente o conceito de Stacklberg Líder na dinâmica competitiva. Na realidade, isso fica bastante evidente em mercados de alta tecnologia, pois a velociadade da inovação é extramente alta.

Porém, nesses mercados, assim como em muitos outros existem obstáculos entre a empresa e o consumidor final. Tomemos como exemplo a famosa guerra de formatos entre a JVC e a Sony pelos formatos de VHS e Betamax para armazenamento e reprodução caseira de vídeo. Analisando isso por uma matriz de pay-off teríamos que, se ambas lançassem os seus formatos, o mercado perderia valor, seus consumidores perderiam bem-estar e liberdade de escolha. Isso dado que a decisão entre aparelhos que lessem cada formato é mutuamente excluisva, ou seja, comprando um aparelho JVC exclui o consumidor de ler mídias Betamax e vice-versa. Também era uma escolha complicada para as produtoras de conteúdo, que teriam de escolher adotar o Betamax ou o VHS para lançar seus filmes.

Esse tipo de escolha é bastante presente nos setores de tecnologia pois envolvem formatos e compatibilidade entre vários elos da cadeia de valor, chamaremos essa de compatibilidade de formatos. Pela ótica de Porter, seria uma compatibilidade necessária entre os fornecedores, a indústria em competição e o consumidor. Pense numa produtora de filmes. Ela precisaria garantir que o material comprado dos fornecedores(fitas de vídeo, no caso) fosse compatível com o equipamento reprodutor de mída do consumidor final; caso contrário, ela encalharia seu conteúdo nas prateleiras e destruiria valor. Em outras palavras, esse seria o Consumer Lock-In, para depois realizar o Competitor Lock-out(ambos os termos retirados do modelo Delta de análise estratégica).

Há vários exemplos de guerra de formato nos segmentos tecnológicos. O Blu-Ray e o HDVD, Windows e Macintosh, Office e Open Office, Flash e Silverlight, Iphone OS e Android enfim, vários. Algo que contribui para isso é que nesses setores de tecnologia e, principalmente, software, é mais fácil de se implementar um mecanismo de open innovation. Isso ocorre pelo simples fato de o fluxo de informações sobre a “engenharia” desses produtos ser muito intenso e, no caso de alguns softwares como Sistema Operacional Linux, de terem seus códigos abertos. Isso tráz outra discussão para a mesa. A dicsussão dos direitos sobre propriedade intelectual. E é aqui que isso se relaciona ao licenciamento e à vantagem competitiva.

Não entraremos em detalhes sobre o setor de tecnologia mas é importante ter em mente o conceito e as conseqüências dos códigos abertos, e da idéia de Customer Lock-in.

Abstraíndo um pouco e indo para o âmbito conceitual, o licenciamento é meio caminho entre o código fechado e o código aberto. O código fechado é caracterizado por ter-se uma patente acerca de uma propriedade intelectual e, conseqüentemente, liberá-la somente por meio de contratos de concessões com terceiros, visando ter o ganho de especialização proporcionado pela entrada desses actantes na cadeia de valor da empresa. Isso é o licenciamento. O código aberto, por sua vez, seria ter essa propriedade intelectual disponível para utilização e melhoria de qualquer um. Um ambiente wiki, por exemplo. Foi nisso que se baseou a Wikimedia para chegar ao seu tamanho atual e é nisso que se baseia o Google para difundir alguns de seus produtos.

Considerando uma inovação que requer um formato, a empresa dona dela precisa difundí-la o mais rápido possível para travar o mercado para poder aproveitar as vantagens de um Stackelberg Líder. Voltemos para o caso da JVC e da Sony. Quem ganhásse a competição dos formatos teria uma vantagem competitiva sustentável durante um longo horizonte de tempo, que seria até a próxima guerra de formatos, que terminou com a coroação do DVD. Note que nessa competição a Sony visou o benefício no curto-prazo e evitou de licenciar o seu formato Betamax. A JVC, por sua vez, licenciou o VHS para que várias empresas pudessem produzir o VHS. Não se sabe ao certo, mas talvez isso tenha ocorrido pelo fato da produção das mídias em si não serem o Core Competence da JVC, mas sim a criação de novas tecnologias. Acabou que a JVC essa guerra de formatos pelo simples fato de muitos consumidores terem adiquirido equipamentos de diferentes marcas que lessem o formato VHS e não o Betamax, que era produzido apenas pela Sony. Isso trouxe para perto da JVC os estúdios que visavam atingir os consumidores finais, que não teriam como comprar as fitas se fossem em formato Betamax.

Essa guerra de formatos pode parecer antiga, mas existem vários exemplos de como ela reflete temas atuais da estratégia empresarial. Na era da informação os formatos ganham mais importância. A integração das cadeias evidencia cada vez mais a lei de Metcalfe que diz que a utilidade de um aparato social depende de quantas pessoas ou instituições o usam. Por exemplo, um telefone sozinho não serve para nada. Na medida que mais pessoas adiquirem telefones, as combinações possíveis entre pares de telefones aumenta a utilidade de se ter um telefone, e a utilidade marginal de um telefone é crescente.  

Agora, pense em como, nesse caso do telefone, como a empresa que criou o telefone e detém a sua patente pode fazer para difundí-lo. Se a competição não for intesiva, ela pode produzir e vender para todo o universo de consumidores. Porém, numa situação real, sabe-se que a competição é intensiva e há várias dificuldades com os canais de venda para atingir os consumidores desejados. É aí que entra o licenciamento como ferramenta estratégica. A empresa de telefones pode licenciar o telefone para que várias outras empresas possam vender o aparelho e pagar Royalties. Possivelmente, poderia também licenciar o aparelho e ganhar na venda do serviço de telecom. No caso de se usar a telecom, o licenciamento vira uma ferramenta estratégica pois garante que a rede de pessoas que possuem o telefone e, por conseqüência, usam o serviço, adiquira um papel de vantagem competitiva sustentável da empresa. Essa grande rede é valiosa para a empresa, pois é dela que a empresa pode faturar numa série de formas, é rara e difícil de imitar pois é algo socialmente construído e que envolve um alto custo de mudança por parte dos consumidores. Para responder à última pergunta da análise VRIO, depende da empresa, mas sabendo utilizar isso, ela terá uma vantagem competitiva susntetável por um longo horizonte de tempo, ou até outra inovação como o VoIP acontecer.

Juntando os conceitos apresentados, analise o caso da Media Tek, empresa Taiwanesa atuando na Índia/China. O mercado de celulares naqueles países é oligopolista, enfrenta problemas de distribuição e está em alto crescimento.

Lá, e como em qualquer outro mercado de telecom, os consumidores trocam de aparelho frequentemente. Por isso, a Media Tek precisava garantir que o próximo aparelho dos consumidores também fosse seu.

Alguns pontos importantes desse mercado são a aceitação de "pirataria" e a estrutura de produção dos aparelhos. Os consumidores adoram os novos produtos como Iphone 4 e etc, mas não ligam de ter um aparelho que se pareça com ele, mas seja de outra marca e com outras funções. É caro também contratar uma grande fábrica pois acaba-se perdendo competitividade devido à concentração delas ser bastante diferente a distribuição de seus consumidores.

Nesse cenário a Media Tek adotou a seguinte estratégia: desenvolveu aparelhos simples e licenciou a produção desses. De forma semelhante ao que fez a JVC para ganhar da sony na era do VHS. Os celulares eram de fácil montagem e poderiam ser manufaturados em qualquer fabriqueta de qualquer cidade do interior. Assim, conseguiram inundar o mercado com celulares rasoavelmente bons, parecidos com os mais novos modelos do ocidente. Mataram o problema da distribuição e da velocidade de propagação de uma inovação numa jogada só.

Com a rede de fornecedores criada, a Media Tek consegue, agora, trazer um novo produto ao mercado em 1 ou 2 meses; tempo que antes variava de 6 a 9 meses. E essa mesma rede se tornou um diferencial competitivo deles e atende os critérios VRIO.

É assim que se usa o licenciamento para desenvolver vantagem competitiva sustentável.

Para ler o caso da Media Tek publicado na Harvard Business Review, clique aqui.


Comentem


Gazeta Vargas #86

É tempo da nova edição da Gazeta Vargas. Número 86 entrou em circulação hoje(me desculpem se demorar a publicar o post, mas está sendo escrito em 29 de outubro, antes da aula de psicologia II).


Alguns pontos interessantes sobre a nova edição, que ainda não terminei de ler, são: 
Cartas ao leitor é hilária com a participaão de Sr.NãoCompreendo, que com a sua linguagem rasa e ortograficamente pobre resbuscada e precisa cunha novos termos para a nossa lingua. Das duas uma. Ou ele está continuando a brincadeira iniciada no texto de Flávio Lima, ou então não percebeu as evidências EXPLÍCITAS sutis da ironia do texto. Confiram o texto "A Furada Cultural" abaixo:




Comunicação Viral e as Redes é uma breve matéria sobre o que já discuti aqui antes, no post sobre o Google Me e o Facebook 2.0. Porém, fica evidente que o espaço era curto. Se tiverem interesse nisso, o post acima da uma visão mais geral do assunto, não só focada em como se sucederam as coisas, mas também, e principalmente, nas inovações de cada etapa. É interessante ver também o conflito entre empresas.


Iphone X Blackberry do Fejgelman é, como sempre, uma boa dose de tecnologia da edição. Um anúncio interessante ao GVniano é o lançamento do Android Market no Brasil. Como o próprio Fejgelman me disse outro dia: "em 7 de setembro de 1822 o Brasil ficou independente e em 28 de setembro de 2010, o Brasil foi reconhecido pelo Android Market". 


Aguardem o próximo post, pois é inspirado nessa edição da Gazeta.


vejam o novo site da gazeta também:


http://www.gazetavargas.org







Google Reader

Um dia um professor de Marketing me perguntou como eu conhecia tantos casos e tantos artigos interessantes sobre a matéria dele. Nunca tinha parado para pensar, mas a resposta disso é "Google". De fato, é. Também poderia ter sido "Geração Y"(ou C para alguns), mas o que realmente possibilita isso são as ferramenteas que o Google me deixou disponíveis.


Vamos pensar organizacionalmente. De acordo com a missão do Google, o objetivo deles é 


"to organize the world’s information and make it universally accessible and useful"


Envolta disso, eles desenvolvem tudo que você pode imaginar. Desde o Google Maps, Google Docs(que tem um papel bastante importante nesse blog), Google Agenda, Youtube, o Chrome, Google Wave, Google Talk, Google Health, Google Earth, Blogger, Gmail, IGoogle, Google Voice, o Android, o Chrome OS, o Google Public Data(Muito interessante para quem quer fazer algum trabalho de economia ou comparar dados entre países e anos) e todos os outros produtos.

É incrível notar como todos eles estão de acordo com a missão da organização e mais ainda, serviços gratuítos e que tem melhorias contínuas, como o Gmail, trazem muito retorno para a empresa.

Interessante, não? Voltando à pergunta inicial. A resposta não foi Google pelo fato usar o buscador para me manter informado, mas de usar um serviço para ter acesso às informações que eu acho relevantes e úteis, e que servem para mostrar para os professores rsrs.

Outra coisa que percebi é que, não fosse o serviço do Google Reader, eu nunca entraria no site da The Economist. Por causa dele, eu entro. Não só entro, como clico nos anúncios que me interessam. Quem ganha por esses clicks é a própria The Economist. Não fosse o serviço do Reader, o anúnciante não chamaria minha atenção e nem a The Economist teria receita alguma comigo, que compro a revista esporadicamente quando vou viajar(mundialmente conhecido como "quase nunca"). 

Esse último ponto é uma tendência dos grandes veículos tradicionais da mídia. Qualquer dia desses eu escrevo sobre esse movimento. Vale lembrar, para quem tem interesse nisso, da tese de mestrado do Professor Rafael Alcadipani sobre o assunto. Para sua Tese, ele foi para a Inglaterra estudar a implementação de um sistema de produção enxuta numa gráfica de jornais(não me lembro o nome) por motivo de mudanças tecnológicas e culturais em seu ambiente de negócios. Para quem quiser uma prévia disso, clique aqui. Esse é um artigo que ele escreveu sobre o declínio dos Jornais para a Revista de Administração de Empresas da FGV. Embora não trate diretamente da implementação da produção enxuta na fábrica, é uma leitura interessante apesar de curta.

Voltando ao Google, a ferramenta que deu origem a esse post foi o Google Reader. Ele facilita bastante a vida, centralizando toda a informação das fontes que você determinar. 







Parece que, de fato eles contribuiram para Indexar parte da informação e torná-la útil de alguma forma. Agora eu posso encontrar o que me interessa e ampliar o meu repertório para as aulas da faculdade.


Espero que usem isso também e possam provocar discussões mais profundas nas aulas da FGV e que leiam o texto do Alcadipani.

Analisando tendências

Como já devem ter percebido, sou uma pessoa viciada em internet.


Como se isso não bastasse, adoro séries temporais também. Juntando os dois, temos: análise de tendências na internet.


Durante as férias do meu primeiro semestre de FGV, eu trabalhei/ajudei numa agência de propagada online, a One Digital. É provável que eles nem lembrem de mim lá pois confesso que não acho que contribui muito para a agência. Porém, aprendi MUITA coisa lá, principalmente em termos internet.


Tive meu primeiro contato com SEO, uma outra visão das redes sociais e da comunicação. Ainda lá, via a importância das redes sociais crescendo no caso da campanha do Obama e novas idéias surgindo. Saindo de lá começaram a aparecer notícias a respeito do setor. Começou com os gastos de publicidade online ultrapassando os de offline no Reino Unido, a entrada do Myspace e a popularização do Facebook no Brasil, a febre do Twitter, #CalaBocaGalvão e tudo mais.


Mas uma coisa que lembro muito nitidamente de lá foi da mini aula sobre Search Engine Optimization que tive com o Diretor de Mídia da agência(Robson Ortiz). 


Na internet existe muita informação. Quando se procura algo, os resultados são gigantescos e, por isso, os buscadores precisam definir critérios para elencar quais resultados devem aparecer antes na busca e quais vêm depois. Esses critérios fazem parte dos algorítimos dos buscadores e é são feitos com base no que cada buscador define como relevância. O conceito de relevância é o que varia do Google, para o Yahoo, para o ask e etc. 


Por outro lado, as empresas querem aparecer para seus consumidores e prospects. Conhecendo os conceitos de relevância de cada buscador, podem construir seus websites voltados para determinado público. Ainda não achei termo melhor para isso, mas chamo de segmentação semântica. Semântica pois depende do significado que é gerado a partir dos significantes que se coloca no código do site. Quanto mais próximo estiver do significante que o buscador acha que é o termo buscado pelo usuário, maior será a conversão para aquele site.


Agora, para as tendências. Existe uma ferramenta simples para se analisar tendências na internet. Simples de mais para o meu gosto. é o Google Trends
Ele dá ao usuário o volume de buscas relativo por determinado termo num dado intervalo de tempo. Por exemplo, é possível analisar o comportamento das pessoas em relação aos animais de estimação inserindo os termos:

  • Peixe
  • Gato
  • Cachorro
A imagem ficou meio pequena, mas cliquem para vê-la no tamanho original. Agora, tiremos o gato da busca pois ele distorce a escala do gráfico no começo do ano de 2010.

Os cachorros também têm algo estranho acontecendo no começo do ano de 2009. Mas ignoremos isso e olhemos para a série do peixe. Ela tem um pico de buscas no início do segundo trimestre de todos os anos em questão e no final, algo acontece que leva a busca por "peixe" a outro patamar. Se fizer o teste de hipótese, verá que a probabilidade de dar essa média deslocada para cima é mínima.
  • Mas o que aconteceu em 2010?
  • E o que acontece no segundo trimestre do ano?
Para responder essas, vamos ao mundo real. O que se popularizou no Brasil no segundo semestre de 2010? O peixe urbano. Agora, se vc utilizar os novos recursos de busca do Google, restringindo os resultados para a época me questão, verá que foi nesse momento que o site Peixe-urbano se popularizou.
Agora, tiremos os termos da série peixe que estejam associados a "urbano". Série "peixe" ajustada:


E agora, para responder à segunda pergunta. É aqui que entra a sagacidade do leitor. Lembra daquela época do ano em que os católicos(corrijam se estiver errado, pois sou ateu) não podem comer carne? A tal da Sexta-feira Santa. Época em que muitos comem Bacalhau. Veja então a correlação entre os dois termos:


Como podem ver, na mesma época que há uma procura maior por peixe, há uma procura relativamente maior ainda por bacalhau. Assim, estatisticamente, podemos dizer que isso se da por causa do feriado e do costume da sexta-feira Santa.

Não me perguntem da onde vem o pico de buscas por bacalhau no final do ano que eu também não sei. Mas façam uma busca e digam nos comentários por que vcs acham que há outro pico de buscas por bacalhau nessa época.

Agora, voltando à FGV. Esse é um assunto interessante de e discutir com os professores de estatística. É algo que agrega bastante praticidade nas aulas e serve também para Gestão III. Escrevi esse post pois, enquanto fazia o relatório III, precisei fazer a estratégia de comunicação do produto e o Google Trends foi algo que usei para aprofundar a minha análise.

No Brasil o estudo dos hábitos de consumo por meio das redes sociais e internet ainda é muito pequeno. Fica a sugestão para quem quiser fazer algum projeto interessante de Iniciação Científica na Fundação.


Mais estranho do que isso tudo aí, é que depois eu rodei a tendênica de "peixe -urbano" e "chocolate". A correlação, por mais que não dê para calcular, foi alta, e a sazonalidade batia. Agora você pode dizer que peixe é altamente correlacionado com chocolate!

Bundle Artigos - Business

Não sei se já tiveram a oportunidade de conferir, mas no blog há o link para um bundle de RSSs que eu compilei. Procurei várias fontes interessantes para colocar.


Atualmente esse bundle agrega 17 feeds, sendo alguns deles Harvard Business Review.org, o centro de pesquisas da Duke University, um centro de estudos em finanças da Kellog School of Management(a mesma que o Kotler dá aula), Paul Krugman(Nobel de Economia), Greg Mankiw, Dan Ariely(professor de Marketing da Duke University), Nielsen Wire(central de divulgação de dados da Nielsen, de vez em quando é uma boa fonte de informação para trabalhos) e outros mais.


Confiram: Bundle Business - Artigos


Espero que gostem e que possam fazer uma média com os professores com isso rsrs.


Se tiverem sugestões de feeds para entrar no bundle, coloque nos comentários que eu adiciono assim que der.


Espalhem o Blog, mas não só pelos resumos; a discussão de temas pioneiros na Adminsitração é o principal objetivo desse blog. Os resumos estão lá para vc ter mais tempo para se preocupar com as vanguardas acadêmicas do que com o conteúdo já dado em sala de aula.

Espaço para discussão e Geração de idéias

Ante ontem divulguei o Krauss Files no grupo de e-mails dos representantes de sala e tive o recorde de acessos ontem e hoje. Acredito que agora o blog esteja com um alcance relativamente bom na Fundação.


O objetivo de perpetuidade de uma idéia como essa do banco de arquivos precisa de feedback e novidades. Novidades relevantes, de preferência. 


Por isso, apresento a vocês o banco de idéias do Krauss Files!


http://www.google.com/moderator/#16/e=37e35

É simples e direto. Entre no site, escreva sua idéia, as pessoas votam. Complica na hora da implementação, pois muita coisa envolve programação, algo do qual eu não entendo nada. Mesmo assim, ter as idéias lá já é um grande passo pois, se algum colaborador tiver o know-how de como implementar, já temos uma meta!


E fica a dica do Google Moderator. Para Start-ups, idéias de produtos(para os intermináveis cursos da GV em que vc precisa desenvolver um produto novo), projetos e tudo mais que vier na cabeça.


Me retiro para estudar Macro.


Divirta-se

Google Me vs. Facebook 2.0

Saiu essa semana a notícia de que a Microsoft fechou uma parceria com o Facebook. Alguns dizem que para aprimorar o Bing(que, convenhamos, é um lixo), outros, e eu também, dizem que é para formar a nova coalizão do mundo digital.


Quando escrevi esse post, ficou extremamente grande e achei sensato dividí-lo em dois posts. Nesse primeiro, conto um pouco da história da Internet e, depois, uma análise do cenário que está se criando em torno dos gigantes dos dias de hoje: Google e Facebook.




Talvez não seja de conhecimento de todos da história da web e, principalmente, dos conflitos ideológicos que resultaram dela. Talvez seja também muito cedo para se falar sobre esses conflitos com grande certeza, mas é importante ter algumas noções do que aconteceu na Internet para chegar ao que temos hoje.


Essencialmente a web é dividida em 1.0 e 2.0(3.0 seria a web semântica, mas ainda não é tão realidade assim). Não sei dizer tanto da origem desses nomes, mas acredito que esteja ligado aos participantes da "conversa". 


Enquanto Web 1.0, a internet era um lugar monótono em que as grandes corporações tinham como publicar conteúdo e os usuários só poderiam acessá-lo. Assim, a comunicação flui em uma direção só, das empresas para as pessoas.


Fizeram-se os blogs e criou-se a luz. Ninguém sabe ao certo quando, mas foi uma tendência geral na internet de facilitar a publicação de conteúdo, permitindo que pessoas comuns pudessem ter seu conteúdo publicado. Essa época da internet é semelhante à renascença em que a grande instituição que era a igreja tinha total controle sobre o que era estudado e ensinado. De repente, as pessoas passaram a pensar por conta própria. Agora os usuários e as empresas podiam publicar coisas, ou seja, dois actantes na produção de conteúdo, 2.0. O 3.0 vem com a entrada das máquinas nisso. Teoricamente, acontecerá quando a própria internet puder interpretar o que publicamos e publicar e pensar por si só. 


A web 2.0 trouxe muito do que vemos e usamos hoje. A Wikipedia, idealizada primeiramente pelo grande escritor Isaac Asimov é um exemplo disso. Mais do que ferramentas, a web 2.0 transformou a forma como as pessoas viam a internet e o conteúdo. As pessoas agora, como produtoras de conteúdo, passaram também a questionar velhos modelos. É também nessa época que começam os grandes choques entre novo e velho. 


O primeiro choque foi a briga judicial entre o criador do Napster e a indústria fonográfica. Napster foi processado e, como não tinha recursos comparáveis à indústria, perdeu. O atrito fez o Napster ser desligado por um tempo, mas a idéia do peer to peer continuava lá e dava corda para mais e mais novos programas como ele. Esses nós conhecemos: Kazaa, Emule, MIRC e os atuais torrents(se bem que eu não sei exatamente a origem dos torrents).


A revolução da Mídia trouxe mais um conflito na fronteira. Dessa vez, foi o Youtube que entrou em julgamento. Agora o novo mostrava as garras pois o Youtube havia sido comprado pelo Google e os 30 bilhões em caixa serviram para alguma coisa. Youtube versus Viacom. A acusação foi de que o youtube veiculava conteúdos que violavam seus direitos autorais. Que o youtube possui muitos vídeos que violam os direitos autorais todos sabemos, mas o que isso sigificou foi, na realidade, um choque entre modelos de negócio. O Google acreditava no novo modelo de mídia, as instituições tradicionais não.


O reflexo disso é a decadência tanto da indústria fonográfica quanto dos outros players da mídia tradicional; jornais, TV e etc. Todos esses estão tentando escapar do barco que afunda cada vez mais rápido.


Depois disso, temos os dias de hoje. Que tratarei no próximo post. Há várias coisas interessantes acontecendo. 


Vejam os seguintes links:


Documentário: Download - the history of the Web


http://video.google.com/videoplay?docid=380058528391483877#


DFC do Google. Com a divulgação dos resultados desse trimestre, as ações subiram 12% na NASDAQ


http://fundamentalsbeta.edgar-online.com/nasdaq_fundamentals.asp?CompanyID=633170&NumPeriods=4&Duration=2&FiscalQtr=4&documentType=3&coname=Google+Inc.&logopath=http//content.nasdaq.com/logos/GOOG.gif&market=NASDAQGS&PageName=Company+Financials&selected=GOOG&symbol=GOOG


No próximo post, uma análise do cenário competitivo que está se formando entre o Google e o Facebook.


Acho que vou demorar para escrever o próximo... preciso de mais fontes e de mais tempo rsrsrs.

As Duas Faces dos BRICs

Hoje saiu um artigo na Harvard Business Review (How BRIC Innovators will defeat you) sobre o quão inovadores são os empreendedores dos BRICs. Muitos hão de concordar com o autor do texto Michael Schrage(MIT - Sloan School of Management) que os empreendedores que aqui inovam não inovam como lá. Porém, há uma dificuldade que eles têm de implementar essas inovações ou até de concebê-las. Para o autor, o problema está nas estruturas organizacionais encontradas aqui. 

Temos pessoas com ótimas idéias, mas elas não estão num ambiente que de fato valorize isso. Muitas dizem valorizar mas se vêem mais integradas com o próximo elo da cadeia de valor do que com os colegas que estão sentados na sala ao lado. Compartilho a visão do autor que as organizações, principalmente as Brasileiras, têm um traço de cultura organizacional comum que não ajuda na sobrevivência de novas idéias. Mais ainda, isso sequer é questionado. Esse ponto, acredito ser responsável o cordialismo e o conformismo Brasileiros. 

Não vou reproduzir o que o autor fala, pois acredito que só a crítica dele não seja tão construtiva. Proponho, porém, uma atitude de todos nós que fazemos e faremos parte dessas organizações inovadoras e, muito provavelmente, como líderes. Proponho que comecem a pensar nos trabalhos em grupo e nas novas tecnologias não como um problema ou atividade irritante, mas como uma oportunidade. Oportunidade essa para aprender a desenvolver um ambiente de colaboração e inovação.

Para os empreendedores que lêem este post, deixo uma dica valiosa: Google Docs. Deixar todas as pessoas da organização com acesso a todos os documentos é um dos caminhos que se pode adotar para aumentar a colaboração e integração horizontal da sua organização. Outras ferramentas baseadas em Web também são ótimas opções de leap-frogging. Para passar de uma organização com lag de 6 anos, para uma de última geração. Invistam na intranet!

Aos GVnianos que lêem, a dica fica na meta-linguagem. Se imagine trabalhando numa empresa e para muitos dos problemas que você precisar enfrentar existe um wiki feito por outros funcionários para que você não precise gastar tantos recursos fazendo o obvio e possa gastar o seu tempo com coisas mais importantes, como reprensar o problema para que o próximo não precise, necessariamente, enxergá-lo como um problema. Se você ainda não percebeu isso existe e você não precisa estar trabalhando para fazer parte disso. Esse blog foi criado com a intensão de promover esse tipo de pensamento na EAESP. Note que os resumos são todos enviados por alunos e as modificações e melhorias feitas pelos mesmos. Mas os resumos não são o ponto principal do blog. Se está lendo isso, esse sim é o propósito do blog: gerar discussões relevantes aos temas que aprendemos na FGV para que nos formemos profissionais melhores; dignos do nosso diploma e do sobrenome EAESP. 

Assim, deixo a discussão. Por um lado, os BRICs tem pessoas com alto potencial de inovação, mas por outro, as organizações desses países não estão organizacionalmente compatíveis com isso. Pelo viés estratégico da visão baseada em recursos, a tríade VRI é satisfeita, mas falta o "O" para transformar esse pontencial em vantagem competitiva sustentável. O que você sabe que pode ajudar nesse ponto nas organizações Brasileiras? Compartilhe suas idéias nos comentários abaixo




Concepts of Culture and Organizational Analysis

Para quem faz Organizações, hoje eu publiquei um resumo(ainda não está completo) a respeito do texto complementar da aula do Eduardo Loebel.


É o texto sobre as cinco abordagens da cultura organizacional, escrito por Linda Smircich. Ela fala basicamente da relação entre o estudo organizacional e a antropologia como ferramenta para ele. Estuda os pressupostos de cada modelo de estudo organizacional e compara a evolução deles.


Para quem gosta de Sociologia, Lingüística ou psicologia, é uma leitura interessante.


O resumo já está na pasta de Organizações e pode ser visualizado também aqui:

Divirtam-se

Ainda tratando de organizações, estou escrevendo um texto sobre o efeito da rainha vermelha(The Red Queen Effect no original de Lewis Carrol) que, segundo alguns autores, é o que deu origem ao conceito da entropia negativa da teoria sistêmica.

Brigham Cap. 15 - Governança Corporativa, Value-Based Management e Corporate Valuation Model

Aos companheiros de Fin II que destruíram Americana durante as Economíadas, segue um arquivo que espero ajudar na volta à FGV.


Para a semana que vem, o Alcântara pediu o Minicase do cap. 15(até o item I), Problems 2, 3 e 7 e "Aliada" e "Sabe Tudo"(o que quer que seja isso).


acredito que muitos não começaram a leitura, mas convido para contribuir com o resumo do capítulo que estou fazendo:


http://goo.gl/Yjsn


Divirtam-se e, quem souber o que e onde posso encontrar essa "Aliada" e "Sabe Tudo" por favor compartilhe nos comentários.

Saiu o Nobel de Economia

Ganharam o prêmio os três seguintes: Peter A. Diamond, Dale T. Mortensen e Christopher A. Pissarides. O primeiro, economista do MIT, indicado para liderar o FED e, por incrível que pareça, alguém de quem Paul Krugman não reclama! Repito, NÃO RECLAMA! Devem ser amigos de infância. O segundo, da Northwestern University(minha mãe estudou lá!) e o terceiro da London School of Economics.


O trabalho desenvolvido para o prêmio foi um modelo sobre os mercados em que os bens são heterogêneos, bastante heterogêneos; mais especificamente o mercado de mão-de-obra. Nesse, cada trabalhador possui uma habilidade diferente e existem grandes custos de "busca" e o produto que eles procuram também não é homogêneo. Habilidades são polivalentes, empregos que requerem habilidades também. Juntando tudo as possibilidades de emprego são inúmeras, e cada uma com um determinado preço. 


O tema fica bastante autal considerando a crise recente e o estado de desemprego no mundo todo. Desde os EUA até a Asia, países enfrentam esse tipo de problema. Do modelo, derivam novas formas de benefícios para serem usados nesse mercado e, masi profundamente, ele tenta explicar como os custos associados às contratações e às demissões afetam o desemprego. 


Segundo Pissarides, “What we should really be doing is make sure the unemployed do not stay unemployed for too long, to try to give them direct work experience,” so that they “don’t lose their attachment to the labor force.” Ou seja, é importante que, mesmo desempregado o trabalhador tenha algum relacionamento direto ou indireto com o mercado de trabalho. Acredito que isso se deve ao fato de assim ficar atualizado em relação às tendências e novas práticas. Também questiono um pouco essa frase pois: que desempregado optaria por ficar desempregado? Isso é um pouco irreal para mim, pois o Trade-off trabalho x lazer pesa para o lado do trabalho na maioria dos países, mais ainda nos desenvolvidos; acredito eu, pelo menos.


Vou ler o artigo deles e posto depois aqui mais detalhes sobre o modelo desses três.


Parabéns aos ganhadores!


Confira a notícia no The New York Times

Nobel de Economia

O Nobel de Economia está ai. Segunda-feira divulgam o ganhador desse ano. Caiu bem na data de economíadas... acho que os jovens economistas vão estar mais preocupados com as economíadas do que com o prêmio e o que ele representa.


Não é problema, quando voltarem de Americana terão alguns dias para ler e entender quem e por quê ganhou o Nobel.


Esse post é mais para manter o blog atualizado, pois estou bastante carregado de coisas para fazer e não estou tendo tempo de postar coisas elaboradas.


Fica a dica dada por um tal de Greg Mankiw, professor de Economia da Harvard Business School sobre os possíveis ganhadores do Nobel desse ano:


https://www.ipredict.co.nz/app.php?do=browse&cat=99


Note o quão humilde é a Harvard nesse prêmio... 


Confira também o blog do Mankiw, simples mas efetivo: 


http://gregmankiw.blogspot.com/


Aproveitando a deixa, faço mais uma vez a propaganda do meu Bundle de artigos sobre economia e negócios. Se você quiser aprofundar e conhecer outros exemplos do que nos é dado em aula na FGV, siga o Budle e eu garanto que terá sempre uma leitura interessante para fazer.




Startupi - Empreendedorismo no Brasil

Muitos estão antenados com o que acontece nos EUA e Europa em relação a novos empreendimentos. Principalmente naqueles referentes a tecnologias baseadas em web. Pelo menos eu acho que estão. Eu também estou.


Para quem percebeu, a há mais ou menos um mês, acontecia na quadra da EAESP-FGV o prêmio Brasil, em parceria com o CENN,(Centro de Empreendedorismo de Novos Negócios) que escolheria 4 startups para serem financiadas numa condição especial lá. Havia várias empresas, desde laboratórios com inovações nos processos de biotecnologia até produtoras e desenvolvedoras de jogos em flash. Na época, conheci alguns dos empreendedores que lá estavam e me perguntei por que motivo não havia grande divulgação do que eles faziam, em contraste com o que acontece na mesma linha nos EUA ou Europa.


Pesquisei um pouco do assunto e, alguns dias atrás, por meio de um amigo que está fazendo um curso de mídia no Colorado, descobri o Startupi.com.br. Esse site também é um StartUp, mas o que eu chamaria de Meta-StartUp, pois o seu objetivo é mapear, formar e fortalecer uma rede de StartUps brasileiras(ou brasileiros?). É um link interessante para quem se interessa por empreendedorismo ou, até quem esteja apenas procurando por novos serviços para consumir. Vale a pena manter o link nos favoritos e conferir de tempos em tempos para ver o que há de novo e dar uma força aos empreendedores do Brasil.


Eles têm também um mapa com todas as StartUps brasileiras cadastradas,

Para quem estiver procurando aplicativos de web 2.0, há o FeedMyApp. Lá você encontra uma profusão deles.


Uma StartUp interessante que estava no prêmio Brasil é a Pligus. Na ferramenta, você pode criar salas de conferência virtuais e compartilhar o link com seus amigos. Hoje, tem capacidade para áudio, vídeo, chat, texto e desenho, tudo compartilhado. No dia em que perguntei para os fundadores e programadores, eles disseram que logo integrariam com a API do Google Docs. Fica de sugestão para os GVnianos sem tempo para estar nas suas reuniões de grupo de Finanças, Gestão I, e todos os outros episódios em time pelos quais um GVniano precisa passar.

Método para Pesquisa de Marketing de baixo custo

Muitos, ou todos, de vocês vão em algum momento precisar elaborar alguma pesquisa de marketing para o curso. Seja para empreendedorismo, seja para Gestão I, Gestão III, Estatística ou qualquer outra matéria.


Na maioria das vezes, essa pesquisa será no formato de questionário. Um questionário, como é de se esperar, tem um determinado público-alvo. Esse público-alvo nem sempre é facíl de ser encontrado. Muita gente acha que a lista do msn é uma boa amostra para a pesquisa. Não é. O incentivo que os respondentes da sua lista do msn têm para realizar a pesquisa seriamente são mínimos, sem contar que isso também fica muito viesado por quem for interlocutor(você).


Ideal é conseguir a tal da amostra aleatória. Mas como? Segundo a Zilla, em aula, basta você ficar na rua e elaborar um algorítmo de pergunta. Pergunta para um, vira 45 graus, conta três pessoas, pergunta para outro. Todos os GVnianos tem bastante tempo livre para fazer isso mas mesmo assim acabam por fazer de outras formas. Inventam respondentes, testam a capacidade artística dos membros do grupo em artes cênicas e criam uma legião de personagens que responde os questionários. É uma beleza. Até os que querem levar a matéria a sério precisam, em certo ponto, forjar os dados para atingir o famigerado n = 198, para conseguir os 90% de erro na amostra.


Eu sempre me interessei pela área de inteligência de mercado e pesquisa de Marketing, então sempre tentei ao máximo, nessas matérias, evitar a criação de dados. Acho que alguns já fazem isso. Quando preciso fazer uma pesquisa de mercado, seja ela com público abrangente ou um nicho, eu uso o twitter para conseguir respostas. Calma lá, há um método e alguns pressupostos.


Pressupostos

  • O perfil psicográfico dos usuários abordados no twitter são semelhantes ao do resto do seu público-alvo
  • A distribuição de usuários do Twitter é semelhante à distribuição de pessoas e classes sociais no Brasil(ou lugar em questão)
  • As pessoas dizem, em suas páginas do Twitter, o que realmente pensam. - Não há ironia em seus tweets
  • Há redução semântica nos tweets. Podem são classificados em positivos(falam bem de algo), negativos(falam mal de algo). Há quem diga que existe a classificação de neutro, mas se a citação de uma marca não foi positiva ou negativa, por que foi citada? Para alguns especialistas em SEO, uma citação neutra pode ser considerada positiva, pois aconteceu devido a uma relação positiva que o usuário tem com a marca.
De cara são esses os pressupostos dessa metodologia. Vale dizer que é evidente que  distribuição é de fato o maior problema desse método. A maior parte dos usuários do Twitter está entre 21 e 30 anos(veja a apresentação abaixo dos resultados da pesquisa da Bullet)



Agora para o método de conseguir amostras mais próximas do que seria a tal da amostra aleatória da Estatística


  1. Saiba o seu produto - Parace obvio, mas é necessário saber exatamente sobre o que se está pesquisando. Faça inferências sobre os consumidores desse produto para testar com as suas respostas do questionário. Assuma, por exemplo, que consumidores de determinado produto ou categoria de produto gostam de determinado assunto(isso é de suma importância para os próximos passos)
  2. Faça uma análise semântica do produto. Que emoções ele tenta passar? Quem é o público alvo do produto? Que palavras estão associadas ao produto? Por exemplo, a Nescau, posso atrelar a palavra "esporte".
  3. Tendo uma lista de palavras, aos entrevistandos. Entre no Twitter, crie uma conta, ou, de preferência, use a sua conta já existente. É importante que a sua conta tenha atividade normal, caso contrário o algorítmo do twitter identifica a nova conta como spammer e logo a suspende. Além disso, os usuários se sentem mais à vontade quando vêem uma pessoa de verdade pedindo ajuda para fazer uma pesquisa.
  4. Comece a procurar as palavras da lista na searchbox e dispare o link do questionário pedindo ajuda para a pesquisa. Para evitar trabalho, faça proveito do bom e velho ctrl+c ctrl+v, use uma mensagem padrão do tipo: "dá uma ajuda ai? responde essa pesquisa por favor?"
  5. Faça isso em diferentes momentos do dia e não se esqueça de agradecer às pessoas que responderem e enviarem mensagens no seu twitter sobre a pesquisa. Mais ainda, agradeça quem passou a pesquisa adiante para a sua lista de contatos, por mais que a responsividade disso não seja tão alta quanto a de tweets direcionados.

Divirta-se.

Eu já tive ótimas experiências com isso. Num esforço conjunto com um ex-intercambista da Fundação, conseguimos 280 respondentes em uma semana.

Quem tiver idéias a adicionar no método, por favor deixe nos comentários abaixo que incluo no texto assim que possível. Se tiver alguma experiência disso para compartilhar, ela será bem vinda nos comentários também.


Vale dizer que isso NÃO É UM MÉTODO CIENTÍFICO de se obter respostas. Há muitos pressupostos nele e muitos fatores que relaxam as premissas do método científico.