As Duas Faces dos BRICs

Hoje saiu um artigo na Harvard Business Review (How BRIC Innovators will defeat you) sobre o quão inovadores são os empreendedores dos BRICs. Muitos hão de concordar com o autor do texto Michael Schrage(MIT - Sloan School of Management) que os empreendedores que aqui inovam não inovam como lá. Porém, há uma dificuldade que eles têm de implementar essas inovações ou até de concebê-las. Para o autor, o problema está nas estruturas organizacionais encontradas aqui. 

Temos pessoas com ótimas idéias, mas elas não estão num ambiente que de fato valorize isso. Muitas dizem valorizar mas se vêem mais integradas com o próximo elo da cadeia de valor do que com os colegas que estão sentados na sala ao lado. Compartilho a visão do autor que as organizações, principalmente as Brasileiras, têm um traço de cultura organizacional comum que não ajuda na sobrevivência de novas idéias. Mais ainda, isso sequer é questionado. Esse ponto, acredito ser responsável o cordialismo e o conformismo Brasileiros. 

Não vou reproduzir o que o autor fala, pois acredito que só a crítica dele não seja tão construtiva. Proponho, porém, uma atitude de todos nós que fazemos e faremos parte dessas organizações inovadoras e, muito provavelmente, como líderes. Proponho que comecem a pensar nos trabalhos em grupo e nas novas tecnologias não como um problema ou atividade irritante, mas como uma oportunidade. Oportunidade essa para aprender a desenvolver um ambiente de colaboração e inovação.

Para os empreendedores que lêem este post, deixo uma dica valiosa: Google Docs. Deixar todas as pessoas da organização com acesso a todos os documentos é um dos caminhos que se pode adotar para aumentar a colaboração e integração horizontal da sua organização. Outras ferramentas baseadas em Web também são ótimas opções de leap-frogging. Para passar de uma organização com lag de 6 anos, para uma de última geração. Invistam na intranet!

Aos GVnianos que lêem, a dica fica na meta-linguagem. Se imagine trabalhando numa empresa e para muitos dos problemas que você precisar enfrentar existe um wiki feito por outros funcionários para que você não precise gastar tantos recursos fazendo o obvio e possa gastar o seu tempo com coisas mais importantes, como reprensar o problema para que o próximo não precise, necessariamente, enxergá-lo como um problema. Se você ainda não percebeu isso existe e você não precisa estar trabalhando para fazer parte disso. Esse blog foi criado com a intensão de promover esse tipo de pensamento na EAESP. Note que os resumos são todos enviados por alunos e as modificações e melhorias feitas pelos mesmos. Mas os resumos não são o ponto principal do blog. Se está lendo isso, esse sim é o propósito do blog: gerar discussões relevantes aos temas que aprendemos na FGV para que nos formemos profissionais melhores; dignos do nosso diploma e do sobrenome EAESP. 

Assim, deixo a discussão. Por um lado, os BRICs tem pessoas com alto potencial de inovação, mas por outro, as organizações desses países não estão organizacionalmente compatíveis com isso. Pelo viés estratégico da visão baseada em recursos, a tríade VRI é satisfeita, mas falta o "O" para transformar esse pontencial em vantagem competitiva sustentável. O que você sabe que pode ajudar nesse ponto nas organizações Brasileiras? Compartilhe suas idéias nos comentários abaixo




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